Quem sou eu? Uma reflexão sobre a nossa identidade.
Em muitas fases da nossa vida, tendemos a questionar: os outros, as nossas decisões, as nossas rotinas, a nossa essência, a nossa identidade.
“Quem sou eu, de verdade?”. “Sou autêntico?”. A resposta a estas dúvidas podem variar conforme as vivências. Todos os dias aprendemos, crescemos e evoluímos, mesmo que tal signifique deixarmos para trás algo que fazia parte de nós.
A identidade
A identidade de cada indivíduo é um mundo, que une diversos e profundos fatores.
A identidade é formada pelo conjunto de experiências, memórias, valores, crenças e relações presentes ao longo da vida. Estes, são considerados fatores internos e que podemos controlar.
Por outro lado, existem muitos fatores externos que estão fora do nosso controlo, mas que, ainda assim, contribuem para a construção da nossa identidade: a nossa etnia, a classe socioeconómica em que nos encontramos ou a nacionalidade com que nascemos, por exemplo.
Há uma grande diferença entre aquilo que somos e o que pretendemos ser. Quando temos dificuldade em aceitar o que somos, é natural que se inicie uma luta existencial connosco próprios, muitas vezes de forma inconsciente.
Aceitar o “eu atual” dá-nos uma maior probabilidade de alcançarmos o “eu futuro”.
O questionamento da autenticidade
Ser autêntico é uma característica que nos diferencia de todos os outros. Determina, em grande escala, o nosso bem-estar mental, porque nos faz agir em função dos nossos valores e daquilo em que acreditamos.
São várias as alturas da vida em que procuramos esta autenticidade.
Na fase da adolescência e no início da vida adulta, experimentamos amizades, relações amorosas, passatempos ou trabalhos com o fim de descobrirmos o que melhor se adequa ao “nosso eu” e aquilo que queremos evitar.
Já na fase da meia-idade, e numa visão mais ampla, o nosso compromisso passa a ser a família, as crenças religiosas ou a carreira, por exemplo. Aqui, também pode acontecer a necessidade de retrospetiva, ponderando a assertividade das nossas escolhas: estarão elas adequadas à nossa identidade?
Por fim, ao chegar à terceira idade, é tempo para analisar as escolhas feitas ao longo da vida e se estamos satisfeitos com as mesmas.
A importância de ser diferente
Ser diferente tem muito valor e, quando estamos em paz com esta afirmação, sentimo-nos autênticos. É através das nossas diferenças que crescemos e podemos fazer algo maior no mundo. Diz, acertada e simplesmente, um conhecido ditado popular: “Se todos gostássemos do amarelo, o que seria do azul?”.
Ser diferente também nos torna mais criativos. As grandes mentes do nosso mundo destacam-se por algo que têm em comum: serem diferentes dos seus pares. Para além desta aceitação, estas pessoas ensinam-nos algo de muito valioso: a acreditarmos em nós e a sermos resilientes na concretização dos nossos objetivos e ideias.
Ser diferente compreende uma fonte de conexão e de pertença. Quando nos sentimos diferentes e encontramos alguém com o mesmo sentimento, é-nos mais fácil entendermos e sermos compreensivos, aceitando, claro, as diferenças dessa pessoa. Somos capazes de entender as dificuldades que existiram em determinada situação e a inevitabilidade do seu fecho. Falamos da conhecida e necessária empatia, que nos permite compreender e sermos compreendidos.
Existe uma fonte de motivação quando nos apercebemos das diferenças do outro, ainda mais quando nos identificamos com elas. A nossa predisposição a ajudar alguém com quem nos identificamos é muito maior.
Por vezes, com o objetivo de ultrapassarmos as dificuldades que chegam até nós, torna-se necessário adaptarmo-nos, para sermos aceites. Esta adaptação pode ir de encontro com os nossos valores e crenças e, se assim for, é natural que o nosso bem-estar e a nossa autenticidade se sintam comprometidos, como consequência da perda (ainda que momentânea) da nossa identidade.
Qual será o truque? Aceitarmos as nossas diferenças e incentivarmos as outras pessoas a fazer o mesmo faz com que sejamos autênticos. E, já sabemos, a construção da nossa autenticidade ajuda a guiar-nos na criação contínua da nossa identidade.
Se gostou do que aprendeu neste artigo, sugerimos que conheça o conceito “Think positive”, que se tornou uma forma de estar curiosa e cativante.
Fontes: